O que é que faz de alguém um profissional de sucesso? Ficaria surpreendido se disséssemos que, de acordo com estudos recentes, o êxito profissional só se encontra relacionado com o QI, no máximo, em 0.25%? E que 90% das diferenças entre as pessoas que atingem sucesso pessoal e profissional, se devem mais a questões relacionadas com aptidões comportamentais do que com o que aprenderam ao longo do percurso escolar?
O professor John Kotter da Universidade de Harvard apresentou, no livro "As Novas Regras", um estudo sobre este tema: acompanhou o desempenho de 115 ex-alunos, durante 20 anos. A conclusão foi que não existe uma relação direta entre as notas que tiveram na universidade e o sucesso profissional que alcançaram: os profissionais mais bem sucedidos foram aqueles com maior inteligência emocional, provando que esta tem maior impacto na realização pessoal e profissional, do que o quociente de inteligência, antes predominantemente considerado.
Existem diferentes tipos de inteligência e a razão e a emoção são igualmente importantes e devem equilibrar-se para garantir o sucesso da pessoa e da empresa. O QE - quociente emocional, medida da inteligência emocional - tem vindo a ser considerado cada vez mais importante.
O que é a inteligência emocional?
De acordo com Salovey e Mayer, a inteligência emocional é "a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros". Goleman, diz-nos que é "a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e dos nossos relacionamentos". Se procurarmos outros autores, encontraremos outras definições, mas incidindo sempre na capacidade de compreender e controlar as nossas emoções e de sentir empatia com o outro.
É um conjunto de competências comportamentais que integra capacidades como o auto-conhecimento emocional, o controlo emocional, a auto-motivação, a empatia, o reconhecimento das próprias emoções e das emoções das outras pessoas, a capacidade de saber ouvir, de inspirar, de ser honesto, de trabalhar em grupo, de comunicar, de ser influente, de ter auto-confiança, de saber interagir saudavelmente... No fundo, simplificando, tem a ver com a capacidade de nos relacionarmos harmoniosamente, connosco e com os outros.
QE e sucesso empresarial
Não pretendemos dizer que o QI e a capacidade analítica dos colaboradores não são importantes. São. Mas, de acordo com estes estudos, é o QE que deve ser privilegiado: uma pessoa tecnicamente muito boa, mas mal-humorada, que deixa que os seus problemas pessoais afetem constantemente a performance profissional, que critica gratuitamente tudo e todos, é um elemento negativo, que prejudica o ambiente organizacional. E um bom ambiente é fundamental para a produtividade e para a motivação de uma equipa. Quantas vezes não acontece contratar uma pessoa pelas competências e despedi-la pelas atitudes?
Numa organização, a inteligência emocional permite uma melhor comunicação entre colaboradores, entre colaboradores e entidades externas (como clientes ou fornecedores), melhora a capacidade de resolução de conflitos e aumenta a motivação e o compromisso, estando diretamente relacionada com o sucesso da empresa.
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