A diferença de tempo com que paga a uns e recebe dos outros determina a maior ou menor capacidade de auto-financiamento deste ciclo:
- Se a empresa paga antes de receber (a não ser que tenha margens muito generosas), não terá dinheiro para fazer face aos seus compromissos, logo, terá de ir buscá-lo a algum lado (banca, por exemplo, suportando os respetivos juros);
- Se a empresa recebe antes de pagar aos fornecedores (a quem, por norma, não paga juros), em princípio, deverá ter sempre recursos para fazer face a esses compromissos – o ciclo de exploração financia-se a si próprio.
A sua empresa tem esta autonomia? Faça as contas!
As fórmulas para análise dos prazos médios de recebimento e pagamento são simples e podem ser calculadas para diversos períodos, permitindo a monitorização da sua evolução:
Vejamos, por exemplo, as fórmulas para 31/12/2010:
Verifique agora se a crise tem tido impacto nestes indicadores, fazendo os cálculos para o primeiro semestre de 2011:
Feitos os cálculos e apurados os indicadores, ficará a saber se tem de melhorar e trabalhar os indicadores. Não basta saber que melhoria de relação entre estes indicadores passa por uma “simples” redução dos prazos de pagamento dos clientes e de uma “simples” negociação com fornecedores para alargamento do prazo acordado. As relações comerciais nunca são assim tão lineares e, por vezes, o que parece “simples” pode ser inalcançável.
O caminho está em conseguir o prazo mínimo de recebimento comercialmente possível e uma gestão mais racional dos seus fornecedores. Esta ferramenta ajuda-o a detetar o problema e a saber por onde ir para o resolver.
Bons negócios!
Nota: Estes indicadores, como quaisquer outros, não devem ser avaliados separadamente e devem ser enquadrados em análises mais profundas e ter em consideração, entre outras especificidades, a atividade da empresa, a natureza dos produtos, a eventual sazonalidade do negócio…
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